Bancos gregos reabrem portas pela primeira vez em três semanas

A reabertura cautelosa dos bancos, e um aumento no valor das taxas em alimentos de restaurantes e transporte público a partir de segunda-feira (20), visa restaurar a confiança dentro e fora da Grécia, após um acordo de ajuda para reformas na semana passada ter evitado a falência do país.
Os cidadãos podem comparecer às agências e realizar as operações que até agora só podiam ser feitas por caixa eletrônico. Estão permitidas transações como pagamento de contas e desconto de cheques.
Os pais que tenham filhos estudando no exterior poderão enviar até 5.000 euros por trimestre e aqueles que precisam pagar custos de hospitalização em outro país também dispõem de até 2.000 euros.
Empréstimos
A Grécia iniciou o processo para o pagamento de um total de 6,25 bilhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmaram à agência Reuters nesta segunda-feira (20) autoridades do Ministério das Finanças.
A Grécia está pagando 4,2 bilhões de euros em principal e juros ao BCE que vencem nesta segunda-feira e 2,05 bilhões de euros ao FMI que estava atraso desde 30 de junho, disseram as autoridades. Também está pagando um empréstimo de 500 milhões de euros ao banco central grego.
O país conseguiu um empréstimo-ponte de 7,16 bilhões de euros junto ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM) na semana passada, o suficiente para sobreviver durante julho.
O primeiro-ministro Alexis Tsipras está tentando “virar a esquina” após os termos de resgate que ele aceitou com relutância terem gerarem uma rebelião em seu partido Syriza, de esquerda.
Ele demitiu rebeldes do partido em uma remodelação do governo na sexta-feira e está buscando um rápido início das negociações sobre um acordo de resgate com parceiros europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) antes das eleições, que devem ocorrer em setembro ou outubro segundo o ministro do Interior Nikos Voutsis.
No sábado, o governo divulgou um decreto ordenando que os bancos abrissem suas portas na segunda-feira, após terem fechado no dia 29 de junho para evitar o colapso do sistema, com um aumento dos saques pelas preocupações com a crise da dívida grega.
O premiê Tsipras se comprometeu a reformar o sistema de aposentadorias, de impostos e do mercado de trabalho. São reformas muito mais duras do que as que os gregos.
Essa nova dose de austeridade, que se soma às medidas adotadas nos últimos cinco anos, voltou a levar os gregos às ruas e suscita rumores de eleições antecipadas.
Já sem maioria no Congresso, Tsipras reconheceu que não concorda com vários aspectos do programa, mas afirmou que assinou o acordo para “evitar um desastre”. O ministro grego da Economia, Euclides Tsakalotos, garantiu que ter aceitado as condições dos credores “lhe pesará por toda a vida”.
Em paralelo à nova ajuda, os ministros da Eurozona aprovaram um financiamento ponte de € 7 bilhões para que a Grécia possa enfrentar seus compromissos mais urgentes. Entre eles, está o pagamento, na próxima segunda-feira, de aproximadamente € 4,2 bilhões ao
Banco Central Europeu (BCE). No total, até meados de agosto, o país precisará de cerca de € 12 bilhões.
Na quinta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, também decidiu aumentar em € 900 milhões os empréstimos de emergência aos bancos gregos.
Fonte – Globo.com